Muito bem, por onde se deve começar a descrever uma verdadeira obra de arte? Digo isto porque não encontro nada neste jogo que ache que poderia ser melhorado. Para quem ainda não percebeu do que estou a falar, deixem-me dizer que esta é um jogo que recebe nota 5 - SEM qualquer sombra de dúvidas!
O jogador encarna um dos cinco heróis chamados a socorrer um reino da destruição total. A escolha do personagem irá afectar o desenrolar da história do jogo. Essas diferenças poderão ser ligeiras e pouco visíveis no início do jogo, mas serão cada vez maiores à medida que a acção vai decorrendo. Por exemplo, existe um final diferente do jogo para cada um dos personagens. Isto traz-nos ao aspecto seguinte do jogo: a jogabilidade. Valerá a pena jogar o jogo cinco vezes só para se ter a oportunidade de ver o jogo terminar de uma maneira diferente? Uma resposta curta será: Sim! De entre todos os jogos RPG este recebe uma das pontuações mais altas para a jogabilidade. É-se de se ir a onde se queira e se deseje ir. Talvez se queira ir directamente ao topo da "Velha Árvore" antes de ir a qualquer outro local (só para ir buscar a "marca mágica" que será uma preciosa ajuda no decorrer da viagem) ou libertar o Rei dos gorilas laranjas e ganhar o seu apoio contra "Warlord". Talvez se queira seguir a história como deve ser e fazer o que diz o Ancião (ir directamente a "Dark Lantern" e consultar o mago)... A escolha está em cada jogador. Não obstante, qualquer que seja essa escolha, a tarefa não será simples.
Mas afinal, quais serão as dificuldades?
Os inimigos, claro! E estes serão muitos, desde os coloridos (os "homem-árvore"), os fantásticos (os dragões), os corpulentos (os gorilas laranjas), os realistas (os escoceses com o seu traje completo - kilt incluído), os difíceis (estátuas de pedra que cospem fogo), os chatos (as cobras com cauda de espada) e muito mais. Os mencionados são apenas uma pequena percentagem das criaturas que se podem encontrar. A maneira de os derrotar será memorizar o seu padrão de ataque e responder adequadamente. Cada monstruosidade terá a sua maneira própria de atacar, portanto será precisa boa memória. E não é preciso entrar já em pânico, pois não é difícil de se lhe apanhar o jeito. Outras coisas além de "matar" serão as personagens falantes. Estes são tão especiais e diversos quanto os monstros. Alguns terão itens que oferecem de boa vontade, outros darão pistas e outros apenas nos farão sentir frustrados, mas nenhum deles é aborrecido. No entanto a maioria destes quererá a ajuda do nosso herói para lhe resolver determinados problema. Uma das coisas mais bem conseguidas neste jogo é que se podem ver as expressões faciais na foto do nosso personagem quando ele está a falar com outros indivíduos. Os diálogos são uma verdadeira obra-prima, pois cada frase foi cuidadosamente elaborada para que o diálogo seja perfeito. A acção do jogo vai ocorrendo a partir destas conversas e assim os acontecimentos vão se aprofundando de acordo com esta interacção com os diferentes personagens. Resta referir um terceiro grupo que se irá encontrar de tempos a tempos: os outros quatro heróis. De acordo com a personagem escolhida, a história do percurso que cada um deles segue e que nos vão contando vai ser diferente; eles irão sendo encontrados ao longo de todo o jogo.
Como se podem combater os perigos no mundo deste jogo?
Com armas, magias e muitas poções para curar ferimentos! Existem muitas armas à nossa disposição. Estas caem em diferentes categorias: tipo cutelo (como o machado), de corte (como a espada de dois gumes), de estocada (como a lança) e de ataque à distância (como a funda). O personagem é "treinado" em cada uma destas categorias, portanto há que melhorar não só as habilidades como também o manuseamento das armas. Cada arma foi cuidadosamente desenhada e todas elas têm um aspecto excelente. A cada uma está atribuído um valor que representa a maior ou menor capacidade de infligir danos aos adversários. O controlo do personagem durante a luta é muito simples: com o clique do botão esquerdo do rato utiliza-se o objecto/arma que o personagem tem na mão esquerda e o clique com o botão direito terá efeito semelhante com o que estiver na mão direita. Dada a espectacularidade das armas, os criadores do jogo acharam que também tinham de fazer algo especial com a magia. Para isso decidiram que o personagem para lançar um feitiço teria de desenhar um conjunto de símbolos em tempo real; esta característica cria um efeito único no jogo além de fazer com que o personagem pareça mais real. Os feitiços estão organizados em categorias e cada um tem é representado por um símbolo diferente; podem ainda ser executados através de teclas de atalho - haverá maneira mais simples do que esta? Quanto ao inventário, pode-se dizer que os personagens têm "bolsos infinitos", ou seja podem sempre carregar com qualquer coisa. Há que ter em atenção no entanto que quanto maior for a carga, mais depressa o personagem ficará cansado. E fadiga significa perda de força e agilidade - coisa que não se quer quando se vai enfrentar um adversário de peso. À medida que o jogo for progredindo, aparecerão vários tipos de bolsas que ajudam imenso a organizar os objectos no inventário. E, antes que me esqueça: NUNCA subestimem o valor de uma pedra ou de uma rocha! Ao longo do jogo será necessário utilizá-los como pesos para accionar alavancas de pressão.
O jogo está dividido em duas partes: uma inspirado nas grutas e florestas - onde serão travadas as batalhas - e o mapa de viagem. Os cenários de fundo do mapa de viagem são extraordinários - vejam bem os cenários nas imagens que aqui temos à direita.
Poderia continuar a falar sobre a grandiosidade deste jogo durante a semana inteira - mas não o vou fazer. Apreciem as imagens e façam já o download. Mais uma vez afirmo: é sem dúvida o melhor jogo de RPG que alguma vez joguei.